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Medicina Regenerativa com Células Mesenquimais: Um Avanço Promissor na Ortopedia

A medicina regenerativa, especialmente com o uso de células-tronco mesenquimais (CTMs), tem ganhado destaque como uma abordagem inovadora no tratamento de diversas condições ortopédicas. Essas terapias visam não apenas aliviar os sintomas, mas também promover a regeneração dos tecidos lesionados, restaurando a função e a qualidade de vida dos pacientes. Este artigo explora os fundamentos, aplicações clínicas e benefícios da utilização de células mesenquimais na medicina regenerativa.

O que são células mesenquimais?

As células-tronco mesenquimais são um tipo de célula-tronco multipotente encontrada em diversos tecidos do corpo humano, como a medula óssea, tecido adiposo e cordão umbilical. Elas possuem a capacidade de se diferenciar em diversos tipos celulares, como osteócitos (células ósseas), condroócitos (células cartilaginosas) e adipócitos (células de gordura). Além disso, essas células apresentam propriedades imunomodulatórias e anti-inflamatórias, tornando-as ideais para aplicações terapêuticas.

Medicina Regenerativa - Amir Daher

Mecanismos de Ação

As CTMs atuam por meio de três principais mecanismos:

  1. Diferenciação celular: As células podem se transformar em tecidos específicos, como cartilagem ou osso, promovendo a regeneração da área lesionada.

  2. Paracrinia: Liberação de fatores de crescimento e citocinas que estimulam a recuperação dos tecidos e reduzem a inflamação.

  3. Imunomodulação: Regulação do sistema imunológico para evitar reações adversas e promover um ambiente favorável à regeneração.

 

Indicações Clínicas

Na Ortopedia:

  1. Osteoartrite:

    • Redução da dor e melhoria da mobilidade articular por meio da regeneração da cartilagem.

  2. Lesões ligamentares e tendíneas:

    • Tratamento de tendinites e rupturas parciais de ligamentos, como o LCA.

  3. Lesões na coluna:

    • Reparação de discos intervertebrais danificados em casos de doenças degenerativas.

  4. Fraturas ósseas:

    • Aceleração do processo de cicatrização óssea.

Em Outras Áreas:

  • Dermatologia: Tratamento de úlceras e feridas crônicas.

  • Cardiologia: Regeneração de tecidos após infarto do miocárdio.

  • Neurologia: Potencial para reparação de lesões cerebrais e medulares.

Benefícios da Medicina Regenerativa com CTMs

  1. Tratamento personalizável: As CTMs podem ser isoladas do próprio paciente, reduzindo o risco de rejeição.

  2. Redução de inflamação: As propriedades imunomodulatórias ajudam a controlar processos inflamatórios crônicos.

  3. Recuperação acelerada: Promove a cicatrização mais rápida e a regeneração tecidual.

  4. Menos invasivo: Frequentemente realizado como um procedimento ambulatorial, sem necessidade de grandes intervenções cirúrgicas.

 

O Procedimento

  1. Coleta das células: Geralmente realizada a partir do tecido adiposo ou da medula óssea do próprio paciente.

  2. Processamento: As células são isoladas e preparadas em laboratório para uso terapêutico.

  3. Aplicação: As CTMs são injetadas diretamente na área afetada, guiadas por ultrassom ou fluoroscopia para maior precisão.

 

Avanços e Estudos Recentes

  1. Evidências clínicas: Estudos clínicos têm demonstrado melhora significativa na dor e na função articular em pacientes tratados com CTMs.

  2. Biomateriais de suporte: Uso de scaffolds para otimizar a fixação e integração das células no tecido lesionado.

  3. Terapias combinadas: Integração com fatores de crescimento e PRP (plasma rico em plaquetas) para resultados potencializados.\

Cuidados Pós-Procedimento

  1. Evitar atividades intensas: Permitir que as células implantadas atuem no processo regenerativo.

  2. Fisioterapia: Essencial para fortalecer a região tratada e recuperar a funcionalidade.

  3. Acompanhamento regular: Monitoramento periódico para avaliar os resultados e ajustar o tratamento, se necessário.

 

Considerações Finais

A medicina regenerativa com células mesenquimais representa uma nova era nos tratamentos ortopédicos, oferecendo soluções inovadoras e eficazes para condições que antes dependiam exclusivamente de intervenções invasivas. Se você busca alternativas modernas para dor crônica ou lesões ortopédicas, consulte um especialista para avaliar a viabilidade dessa abordagem no seu caso.

Referências Bibliográficas:

  1. Caplan, A. I. (1991). Mesenchymal stem cells. Journal of Orthopaedic Research, 9(5), 641-650. 

  2. Friedenstein, A. J., Chailakhyan, R. K., & Lalykina, K. S. (1970). The development of fibroblast colonies in monolayer cultures of guinea-pig bone marrow and spleen cells. Cell and Tissue Kinetics, 3(4),

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