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Artroplastia Discais

A artroplastia discal é uma alternativa cirúrgica inovadora para o tratamento de doenças degenerativas do disco intervertebral, como a herniação de disco ou a osteoartrite discal, que podem causar dor crônica nas costas e limitar a mobilidade dos pacientes. Tradicionalmente, as opções de tratamento para essas condições eram limitadas à discectomia (remoção do disco danificado) e à fusão espinhal, procedimentos que, embora eficazes no alívio da dor, também resultavam na perda de mobilidade da coluna. A artroplastia discal, por outro lado, visa restaurar a função normal da coluna, mantendo a mobilidade e prevenindo as complicações associadas à fusão espinhal.

Este artigo explora o que é a artroplastia discal, suas indicações, os tipos de próteses discais disponíveis, as vantagens do procedimento, as complicações potenciais e os resultados a longo prazo.

O Que é a Artroplastia Discal?

A artroplastia discal é um procedimento cirúrgico realizado para substituir um disco intervertebral danificado por uma prótese artificial. O disco intervertebral é uma estrutura que funciona como um amortecedor entre as vértebras da coluna vertebral. Quando o disco sofre degeneração ou danos, pode causar compressão das raízes nervosas, levando a dor, formigamento, fraqueza e outras disfunções neurológicas. A artroplastia discal tem como objetivo substituir o disco danificado e restaurar a mobilidade da coluna vertebral, ao contrário da fusão espinhal, que limita o movimento ao unir permanentemente duas ou mais vértebras.

A cirurgia de artroplastia discal é indicada quando outras abordagens, como tratamento conservador, medicamentos ou fisioterapia, não oferecem alívio adequado e a dor interfere significativamente nas atividades diárias do paciente.

Indicações para a Artroplastia Discal

A artroplastia discal é recomendada para pacientes que apresentam:

  1. Herniação de Disco Intervertebral: Quando o material gelatinoso do disco (núcleo pulposo) se projeta para fora do disco e comprime as raízes nervosas, causando dor irradiada para os membros, especialmente nas extremidades inferiores.

  2. Degeneração Discal: O desgaste da cartilagem que reveste os discos pode levar à diminuição do espaço entre as vértebras, resultando em compressão nervosa e dor crônica.

  3. Falha em Tratamentos Conservadores: Quando os tratamentos não invasivos, como fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios, e injeções epidurais de esteroides, falham em proporcionar alívio da dor.

  4. Coluna Vertebral Estável: A artroplastia discal é indicada apenas em casos onde a coluna vertebral é estável e não há deformidades graves, como espondilolistese (deslocamento de uma vértebra sobre a outra).

Tipos de Próteses Discais

A prótese discal é projetada para substituir o disco intervertebral e restaurar a função biomecânica normal da coluna. Existem diferentes tipos de próteses discais, que podem ser classificadas em dois grupos principais:

  1. Próteses de Disco Total (Próteses de Substituição Completa): Estas próteses substituem completamente o disco degenerado, preservando a função de amortecimento e a mobilidade da coluna. As próteses totais são feitas de materiais como metal, cerâmica ou plásticos de alta resistência, e seu design permite que a coluna se mova de maneira semelhante ao disco natural.

  2. Próteses de Disco Parcial: Em casos onde o disco está apenas parcialmente danificado, uma prótese parcial pode ser usada para substituir apenas a parte do disco que está degenerada, mantendo a estrutura geral do disco intacta.

Essas próteses podem ser fixadas de diversas formas, utilizando parafusos, pinos ou dispositivos de encaixe, dependendo do tipo de prótese e das necessidades específicas do paciente.

Procedimento de Artroplastia Discal

O procedimento de artroplastia discal é realizado sob anestesia geral e geralmente envolve uma abordagem anterior (pela frente do corpo) ou posterior (pelas costas). O objetivo é acessar o disco danificado, removê-lo cuidadosamente e substituir por uma prótese. O processo pode ser descrito em etapas:

  1. Acesso ao Disco: Dependendo da abordagem escolhida, o cirurgião faz uma incisão na parte anterior ou posterior da coluna, afastando os músculos e outros tecidos para expor o disco danificado.

  2. Remoção do Disco Danificado: A parte do disco que está degenerada ou herniada é removida com precisão, a fim de evitar danos às estruturas nervosas adjacentes.

  3. Implantação da Próteses: Após a remoção do disco, a prótese é implantada no espaço intervertebral. Ela é ajustada de modo que se encaixe perfeitamente entre as vértebras, mantendo o alinhamento natural da coluna.

  4. Fechamento e Recuperação: Após a colocação da prótese, o cirurgião fecha a incisão e o paciente é levado para a sala de recuperação. O tempo de internação é geralmente curto, variando de 1 a 3 dias, e a maioria dos pacientes pode retomar suas atividades normais após um período de reabilitação que inclui fisioterapia.

Vantagens da Artroplastia Discal

A artroplastia discal apresenta várias vantagens sobre os procedimentos tradicionais, como a fusão espinhal:

  1. Preservação da Mobilidade: Ao contrário da fusão, que limita a flexibilidade da coluna, a artroplastia discal preserva o movimento natural entre as vértebras, o que é especialmente importante para pacientes jovens ou ativos.

  2. Redução do Risco de Degeneração Acelerada: A fusão espinhal pode sobrecarregar as vértebras adjacentes, levando a uma degeneração precoce dessas vértebras. A artroplastia discal, ao manter a mobilidade, pode reduzir esse risco.

  3. Recuperação Mais Rápida: Muitos pacientes experimentam uma recuperação mais rápida e menos dolorosa após a artroplastia discal em comparação com a fusão espinhal, devido à menor interrupção das estruturas anatômicas.

  4. Alívio da Dor: Assim como outros procedimentos cirúrgicos para problemas de disco, a artroplastia discal tem o objetivo de aliviar a dor crônica causada pela compressão nervosa, proporcionando aos pacientes uma melhoria significativa na qualidade de vida.

Complicações Potenciais

Embora a artroplastia discal seja geralmente segura e eficaz, como qualquer cirurgia, pode apresentar complicações, incluindo:

  • Infecção: Infecções no local da cirurgia, embora raras, podem ocorrer e necessitar de tratamento antibiótico.

  • Falha da Próteses: Em alguns casos, a prótese pode se desgastar ou se deslocar, exigindo uma revisão cirúrgica.

  • Lesão Nervosa: Existe o risco de dano nervoso durante a remoção do disco ou a colocação da prótese, embora isso seja raro.

  • Rejeição da Próteses: O corpo pode, em raros casos, reagir adversamente ao material da prótese, o que pode resultar em inflamação ou falha do implante.

Recuperação e Prognóstico

Após a artroplastia discal, o paciente passará por um período de recuperação que pode incluir fisioterapia para restaurar a força muscular e a amplitude de movimento da coluna. A maioria dos pacientes pode retomar atividades leves dentro de algumas semanas, embora a recuperação total possa levar de 3 a 6 meses.

Estudos têm demonstrado que a artroplastia discal oferece resultados duradouros em termos de alívio da dor e manutenção da função da coluna, com muitos pacientes relatando melhorias substanciais na qualidade de vida a longo prazo.

Conclusão

A artroplastia discal é uma opção eficaz e inovadora no tratamento de doenças degenerativas do disco intervertebral. Ao preservar a mobilidade da coluna e proporcionar alívio significativo da dor, este procedimento oferece uma alternativa atraente à fusão espinhal. Com avanços contínuos nas tecnologias de próteses e técnicas cirúrgicas, a artroplastia discal tem o potencial de melhorar a vida de muitos pacientes que sofrem de dor crônica nas costas e disfunção da coluna vertebral.

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